Este fim-de-semana foi o regresso às provas. Depois daquela pequena mazela na meia das Lampas e de mais uns treinos longos na companhia dos atletas do costume (Vítor Veloso e Pedro Ferreira) esta era uma prova que por dois grandes motivos fazia questão em participar. O primeiro é que no ano passado estive inscrito mas não participei por precaução, de modo a não agravar uma lesão, fazia por isso questão de experimentar a tão badalada corrida do Tejo. O segundo porque iria acompanhar um grande amigo, Luís Carapeto, na sua primeira corrida de estrada após vários e longos anos de interregno.
Eu e o Luís, chegamos em boa hora a Oeiras, para apanhar o comboio para a zona da partida em Algés. Apinhado e com pouco espaço para sequer respirarmos lá fomos embalados pelos solavancos do CP da linha. Chegados a Algés o ambiente era fantástico. Imensa gente vestida a preceito (leia-se a camisola-dorsal igual para todos) cheia de vontade de correr lado a lado com o Tejo. Respirava-se uma adrenalina contagiante que nos embrenhava num estado de espírito competitivo amigavelmente são. Gente, muita gente espalhada por todos os cantos, ruas, ruelas, cafés mas em todas se lia nas feições o mesmo objectivo, a mesma vontade de correr. O Luís como estava em estreia lá ficou no último deck de partida ao lado daqueles que tinham tempos menos rápidos, enquanto isso eu tinha-me inscrito para os sub-45min e ficava um pouco mais à frente. Depois de todo aquele alarido publicitário que só a Nike nos pode oferecer, enriquecido por um Manzarra bem-disposto, lá se deu o tiro de partida para os 10km da corrida do Tejo. Apesar de não estar muito atrás, quando passei no pórtico de partida já tinham voado 20 e qualquer coisa segundos.
O primeiro km, como é normal nesta corridas com bastante afluência, é sempre um pouco confuso com ultrapassagens, desvios, guinadas e outras manobras menos adequadas à corrida, mas a malta lá sobrevive e pouco depois já tudo corre como manda a lei. Correr na marginal é sempre uma incógnita, pois nunca se sabe se o vento vai ajudar ou dificultar a corrida. Hoje voltei a ter o vento de frente, digo voltei porque das várias vezes que já corri na marginal tive sempre essa “sorte”. Até ao primeiro abastecimento, km 3,5, os km´s voaram sem dar conta, não tinha sequer olhado para o relógio para me situar quando vislumbro a 800metros o Pacer dos 40min. Admito que delirei um pouco, pois em nada estava à espera de estar a correr a um ritmo tão alto. O mar de camisolas brancas e azuis enchia a marginal, guiados como que por um grito de revolta que tivesse acordado aquele batalhão para um ataque pelas ruas da marginal, recheada de transeuntes a aplaudir, a incentivar e a vibrar com os mais destemidos.
Continuei sempre com o pacer na ideia, sempre na tentativa de lá chegar. Foi essa ideia e esse objectivo que serviu de mote e me manteve sempre focado em chegar mais além. Depois da última subida, entrávamos no 9ºkm, fiquei ali mesmo com ideia que não chegava aos 40min, mas mesmo assim forcei o andamento, contornei a rotunda por fora a passar atletas e entrei para os últimos 400metros praticamente em sprint, pelas minhas contas ainda podia chegar á minha melhor marca nesta distância. O público aplaudia efusivamente os atletas que iam chegando, o ambiente festivo absorvia-nos e ao mesmo tempo alimentava-nos a mente e corpo para mais um esforço. Outra ultrapassagem e avisto o relógio, estou quase lá. Forço um pouco mais, ou fico com ideia disso, continuo. Os segundos ao mudarem como que rufam na minha cabeça, mas contínuo focado em cortar a meta. E já está. Caminho agora para recuperar do esforço. Normalizo a respiração e ligo para casa, sei que o Luís iria demorar mais um pouco. O telemóvel recebe uma mensagem, 5 minutos depois de ter terminado a prova recebo o meu resultado oficial lugar 386º da geral, 40m38s média de 4m04s/km, passagem aos 5km 20m18s. Fantástico Bati o meu PR na distância por 6 seg. Agora sim fico verdadeiramente eufórico com a minha prestação. Falta o Luís fazer abaixo da hora para sairmos pela porta grande. Vejo-o passar aos 9km e ainda se ri. Força, que estás quase lá! Acaba com um resultado oficial de 58m08s.Está feito! Parabéns Luís. Espectacular! Ambos cumprimos os nossos objectivos. Saldo verdadeiramente positivo desta corrida do Tejo, com uma organização 5 estrelas, mais um atleta a reentrar no mundo da corrida e o meu PR nos 10K.
Assim compensa ser corredor de Domingo.
Parabéns companheiro, é como disses compensa mesmo ser corredor de domingo, após a minha pargem forçada das corridas será algo que terei que equacionar ser também eu um corredor de domingo.
ResponderEliminarAbraço,
António Almeida
Olá, se é corredor de domingo e faz um tempo a rondar os 40 minutos, que faria se fosse corredor todos os dias, como há muitos por aí!!!??? Muitos parabéns pelo desempenho. Efectuei esta prova nas 3 últimas edições, mas este ano não participei e se continuar assim, com preços de inscrições exagerados, nas próximas também não participo.
ResponderEliminarOlá Filipe;
ResponderEliminarUm corredor de domingo satisfeito, e com excelentes resultados.Isso quer é continuidade e muita força.
Um abraço
dos Xavier's