segunda-feira, 31 de maio de 2010

2º Corrida das Novas Oportunidades

Céu Limpo, um sol quente e radiante, uma paisagem deslumbrante sobre o Rio Tejo e um Mar de gente com vontade de fazer desporto, tudo por umas supostas Novas Oportunidades. Foi assim a Manhã de Domingo ali para os lados de Belém.

2.ª Edição da Corrida das Novas Oportunidades, 10 km de Alcatrão lentamente aquecido por um sol demasiado quente, era o que nos esperava à partida. Todo aquele mar de gente compareceu à chamada, uns para correr outros simplesmente para andar, não os 10 mas os 3 km da caminhada anunciada. Tiro de partida e os VIP´s (leia-se elite) lá vão em passo acelerado, como quem foge da rebelião que vem já aí atrás a querer fazer sombra aos mais capazes. No meu caso, passei o primeiro km em ultrapassagens rasantes entre curvas e contra curvas estonteantes na tentativa de manter o ritmo e fugir daqueles que não queriam correr mas simplesmente andar.


Depois do primeiro km foi o começar a encontrar a malta amiga, o Miguel que fazia a sua estreia em provas lá ia num ritmo deveras impressionante, com a companhia do Carlos do 4@fundo, fiquei na companhia deles por alguns metros até que algo me chamou à atenção. Alguém da caminhada fazia a festa e por entres o adeus e as palavras de força, vislumbro a dupla Tandur. O António Almeida e o Vitor Veloso iam mesmo ali à frente e eu não os tinha visto, despedi-me do Miguel e do Carlos com as palavras de Força e acelerei para cumprimentar e felicitar pessoalmente a dupla Tandur pelo excelente resultado alcançado na Geira Romana. O andamento ia calmo, talvez calmo demais para aquela hora, sentia-me bem e pronto para esticar um pouco o andamento, e a partir do 3,5km, lá fui. Despedi-me desta vez da dupla com um até já e dei corda aos ténis. O calor apertava e o ritmo subia, nesta altura rolava em 4`30, mas isso não chegava para o que queria. Aproveitei o abastecimento antes de chegar ao cruzamento com Avenida de Ceuta e carreguei mais um pouco, passei mais alguns atletas e quando dei conta estava na altura de voltar, era o regresso, não a casa mas em direcção ao local onde tudo começara, mas desta vez pelo lado da Meta. Entre passagens e ultrapassagens, ficara sozinho. O calor apertava, a 3km da meta, começava a sentir algum desgaste, estava na altura de dar um último esticão, aquele que me levaria à meta. Nesta altura a estrada tinha 2 ambientes, dum lado alguns grupos iam trocando conversas e incentivos, mas do meu ficara o silêncio, um silêncio de sofrimento e concentração, um silêncio que ajudava a poupar energias, e foi nesse mesmo silêncio que conjuntamente com um outro atleta de nome Nascimento, fiz os últimos km, não falámos, não trocámos impressões, a linguagem da corrida falou por nós, as passadas sincronizaram-se, o andamento estabilizou. Estava na altura de deixar rolar a estrada por baixo dos pés, aceitar o sol que nos banhava e nos mostrava o caminho para a meta e acreditar que era já ali.


Consultei o relógio, uma última vez. Bolas! O chip deixara de sincronizar, verifiquei o tempo e de cabeça fiz algumas contas que me diziam que ia num bom andamento, acabara de passar a placa do último km numa passada forte. Cerrei os dentes. Daah! Má ideia! Pensei: “Abre a boca que entra vento e mata a sede, ou então corre mais depressa que te dão água no fim”. E assim foi, corri mais um pouco em busca do oásis, curva à direita e lá estava a chegada. Missão cumprida, 42m31s para percorrer os 10 km.
Depois disto, foi procurar a mulher da minha vida para lhe dar um beijo, e esperar pelos outros companheiros de corrida, o Vítor Veloso, o Miguel, o António Almeida, o Mário e o Carlos da 4@fundo para com eles comemorar mais uma prova terminada. Um grande abraço ao Miguel Coutinho que para uma corrida de estreia fez um resultado muito bom de 44m35s.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Fim De Semana...Sem Provas

Fim semana sem provas, já não é fim-de-semana. Fim-de-semana sem provas e sem treinar…nem sei o que seja, mas foi o que me aconteceu.

Depois do resultado alcançado na meia da areia, fiquei literalmente à “sombra da bananeira”. Não corri este fim-de-semana, e não me sinto propriamente feliz por isso, mas o resultado acabou por ser demais proveitoso, pois foi ficar em casa na companhia daqueles que torcem por mim, daqueles que ouvimos susurrar ao ouvido quando corremos sozinhos, daqueles que me seguram a sombra e ao mesmo tempo me empurram para a frente km a km, “aqueles” são apenas e só a minha FAMÍLIA.
E ser pai, marido, amigo, e tudo o mais para a família é uma ultra-maratona que dura uma vida, e para a qual nunca treinei, mas que tento dia após dia fazer melhor. Podemos estar cansados do mundo, doridos de tanto correr, mas eles estão sempre lá para nos incentivar e mostrar o trilho que se segue, a estrada que continua ou simplesmente para nos abraçar e nos transmitir a alegria que precisamos para nos erguermos e voltarmos a correr.

Esta semana temos a 2ª corrida das novas oportunidades, mais 10km para o registo, mas até lá os ténis têm de sair à rua para palmilhar alguns km´s através do asfalto, para não esquecer o que é correr.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ainda a Meia da Areia....

Não gosto muito de aparecer na foto, mas olhem que nesta até não fiquei nada mal.


Não tinha ideia de fazer esta prova este ano, mas agora que já está feita, só posso dizer que a estreia na areia, foi durinha mas valeu bem a pena.
Para o ano de certeza que lá estarei, pois esta é daquelas provas que nos fica no pensamento, e cada vez que fechamos os olhos, desejamos voltar a percorrer aqueles mesmos grãos de areia que nos aplaudem a cada passada.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

II Meia Maratona na Areia


Mais um fim-de-semana, mais uma prova. E que prova!

Aqui ainda era só sorrisos, o pior veio depois


Participei pela primeira vez na Meia Maratona da Areia que conheceu este fim-de-semana a sua segunda edição. Simplesmente Espectacular! Foi um privilégio conhecer pessoalmente os companheiros da Blogosfera, Vitor Veloso e António Almeida (um grande abraço a Ambos e às respectivas famílias), e percorrer com eles os areais da Costa Caparica nesta edição da Meia Maratona. É sempre um grande incentivo correr lado a lado com grandes atletas.
Cheguei cedinho, recolhido o dorsal 342, e juntamente com meu filhote Tiago, a minha Esposa Cátia (Amo-te) e a minha Matilde que vem a caminho (em Setembro já cá estará para acompanhar as corridas), fomos tratando das fotos para recordar o momento e estendo a toalhinha que o tempo bem pedia.
Passou rápido o tempo de espera e às 9:37 era dado o Tiro de partida à aventura que iriam ser os 21km na Areia. Graças ao grande apoio do Vitor Veloso e do António Almeida lá fui andando km a km ziguezagueando para contornar as repetidas saudações que o mar da Costa ia efectuando a todos aqueles que formavam o grande pelotão, saltando aqui e ali por cima de mais uma poça, claro que isso só resultou até aos 5 km, depois foi esquecer os saltos e molhar os pés.
Em passada ritmada iam-se batendo km´s e ao mesmo tempo saudando aqui e ali os outros bloggers conhecidos: Fernando Andrade, Vitor Dias, Mark Velhote, Ricardo Baptista e tantos outros, que me perdoem por não os mencionar.
Os primeiros 10 km´s, voaram rápido, a organização excelente, O Vítor, tal e qual o Mourinho, ia controlando os tempos e os km’s com uma precisão invejável, ditando a estratégia que nos levaria aos 2 segundos de “fama” no final. Não é fácil correr na areia, engane-se quem isso pensa, é um desafio duro, que requer muita força de vontade, muito espírito de sacrifício, e capacidade superação, para a seguir ao pior km ter capacidade de reagir e procurar o seguinte com a mesma vontade com que se abraça o primeiro. Tudo rolava, as pernas iam dando conta do recado e à medida que íamos passando os amigos da caminhada lá se ouvia a palavra de ordem, “Força”. Mas pouco depois dos 18km’s comecei a notar que já não conseguia responder ao andamento, tentei acompanhar o Vítor e o Ricardo que ia um pouco mais à frente, mas a placa dos 20 bateu-me forte, marquei a distância para ambos e deixei-me ir que o fim já estava à vista. Como no fim vem a melhor parte, aqueles últimos 100/150 metros de areia solta pareciam um prémio da montanha de primeira categoria, foi respirar fundo, cerrar os dentes, com os olhos procurar a família, e esperar que a emoção de chegar me desse mais uma injecção de adrenalina para superar o último obstáculo. Uff, já está. Passar por baixo do insuflável a dizer meta foi realmente empolgante, abraçar o meu filho à chegada, divinal, e saber que tinha terminado a minha primeira Meia Maratona da Areia com 1h44m44s, tornou a manhã de domingo perfeita.



Com os Companheiros de corrida António Almeida e Vitor Veloso, um pouco mais atrás a Susana Adelino (Vencedora da Corrida Feminina, Parabéns Susana)

Terminada a prova e as fotos da praxe com os amigos, estava na hora de regressar pois a Matilde, impaciente, dava pontapés na barriga da mãe, a pedir descanso pois já chegava de praia para ela.

Tive pena de não estar no almoço dos bloggers, para conhecer pessoalmente todos aqueles que adoram correr e partilhar as suas experiências através do Blog, mas a família é quem mais precisa que estejamos presentes, fica para uma próxima, seja num treino, numa corrida ou numa futura patuscada.

PS: Como que para brindar esta minha "conquista", nasceu hoje o meu sobrinho Tomás, quiça um futuro corredor.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma Corrida, Dois Segundos

Cada um é como cada qual, mas existe sempre algo que nos une.

Para aqueles que gostam de correr, é a corrida que nos une, pois é algo que nos preenche, que nos torna elementos de outra dimensão, de um outro modo de vida.
Correr é abrir as asas e voar, é ver o chão deslizar por baixo dos pés, é querer chegar antes de partir, é sentir o sol, a chuva e o vento moldar-nos o corpo, e sentir a gravilha, a terra, o asfalto moldar-nos o espírito.
É isso que sinto quando corro.
Transcende-se o corpo e ilumina-se-nos a mente, ignorando as pernas sentimos os pés, os ténis, o asfalto. Sentimos o caminho, não aquele que escolhemos mas aquele que nos encontrou e nos mostrou a direcção. Sentimo-nos pequenos, inferiores, derrotados, mas é no fim que somos heróis, por dois segundos que seja, mas somos heróis porque chegamos ao fim.

É isso que vou procurar este fim-de-semana, na meia maratona da areia. Irei sofrer, irei sentir-me derrotado, pequeno, inferior, mas é aos últimos dois segundos que quero chegar.


Eu vou lá estar.

domingo, 9 de maio de 2010

Correr no Parque - Nike Running Trial III

Já começa a ser rotina. Não que as rotinas sejam más, pelo contrário, as rotinas são mecanismos que nos deixam confortáveis, mecanismos previsíveis sem surpresas e por isso mais aptos a que consigamos retirar o melhor proveito deles. Por isso é bom dizer que este treino da nike se tornou uma rotina.

É bom chegar á ATF, ouvir o nosso cicerone António repetir as regras do jogo, que todos ansiámos voltar a jogar desde o último fim-de-semana. Até o aquecimento é bom de repetir, entre cumprimentos aos companheiros de corrida. O espírito que se vive é único, é tão simplesmente único, como olhar para um lado e ver uma mãe e as 2 filhas efectuar os alongamentos, trocando sorrisos maternais, olhar para o outro e ver um avô passar ao neto o espírito do nike running, isto tudo misturado com aqueles que já fazem do treino uma rotina competitiva, consigo próprios. Está criado o pelotão, a malta de Lisboa também marca presença, voltaram a passar o rio Tejo para connosco desfrutarem de mais uma manhã de corrida (um grande Abraço a estes grandes companheiros). O primeiro km é uma alegria, com trocas de piadas e opiniões, mas que apenas nos prepara para o que aí vem. O grupo acelera a passada e tudo começa a rolar a outra velocidade, mais rápidos mais ágeis que há duas semanas, voámos baixinho, certamente para evitar as nuvens de cinzas vindas da Islândia. Mas ainda bem que o fizemos porque por entre a chuva que caia e nos inspirava a cada momento, fazendo-nos sentir guerreiros valentes sem medo, encontramos uma verdadeira atleta, essa sim uma verdadeira guerreira das grandes competições que eleva o nome Portugal por esses quatro cantos do Mundo, Naide Gomes. Foi bom de ver, que os grandes atletas também se envolvem em treinos à chuva, A Naíde e mais 2 companheiras (perdoem a falta de conhecimento mas não as consegui identificar) treinavam à chuva, mostrando que a elite também treina à chuva, que a elite sofre a cada treino, para ser melhor em cada competição, tal como diz o companheiro Vitor Veloso (http://correrumavirtudeviciosa.blogspot.com/) “ É nos treinos que se ganham provas e não no dia da competição”.
O tempo passou rápido, os km´s rapidíssimo, dado que alguns dos 8 km foram feitos abaixo dos 4 minutos, mas o pelotão aguentou e já no regresso ao Almada Fórum trazia um sorriso de dever cumprido e vontade de continuar aquela manhã de sábado entre amigos e companheiros especiais, neste caso especiais de corrida por estarem ao nosso lado passada a passada.

Um grande abraço a todos aqueles que fizeram este treino valer a pena, apesar do tempo mais adverso, tiveram vontade de sair de casa para fazerem aquilo que mais gostam….CORRER.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Correr no Parque - Nike Running Trial II

Mais um fim-de-semana e mais um treino TAF \ Nike Running, o segundo na margem sul, para ser mais preciso.
O primeiro treino foi giro, mas este foi intenso o suficiente para no regresso nos fazer abrandar, deixando as pequenas trocas de palavras realçar as amizades que já se vão fazendo ao fim de apenas 2 treinos.


Mais uma manhã de sábado, desta feita um pouco nublada. Nada fazia antever que este segundo treino na margem sul iria ser um sucesso pelo largo número de participantes. Claro que só podemos agradecer, àqueles que atravessaram o Tejo para com os South – Runners (perdoem o termo) percorrem alguns km´s, com muita alegria e com o objectivo de partilhar experiências e vivências durante mais uma saudável corrida.
Dois treinos apenas foram o suficiente para deixar a imagem de um razoável pelotão de corredores e ao mesmo tempo de uma pequena família desportiva. Saímos do Almada Fórum a caminho do Parque da Paz, as passadas tornaram-se ritmadas ao mesmo tempo que os 3 grupos se iam dividindo para a corrida da manhã, cada qual com a sua energia, cada qual com o seu ritmo, mas todos com a mesma vontade. Percorremos os trilhos, subimos rampas e descemos declives, curvamos à esquerda e à direita, o vento deixava-se embarcar na corrida, o sol aqui e ali mostrava-se presente, mas o pelotão continuava certinho, passada ritmada, grupo compacto, pisando os km’s em uníssono, como se todos fossemos um só.
Os km´s dissipam-se por baixo dos nossos pés, quando a voz de comando grita bem alto que está na hora de começar a treinar, venha de lá o fartlek que está na altura de parar de rolar e começar a carburar. 3,2,1 não para a partida mas para ordem do fartlek , o primeiro tempo a subir quebrou um pouco o pelotão que depressa se recompôs para o segundo andamento. O terceiro e último foi puxado e rápido, deixando respiração ofegante e o fim à vista.

Ufff, chegou a hora de reagrupar, para o alongamento final e a foto da praxe que mostra bem a pequena família desportiva que vos falei.


Como diria o meu filhote, vitória, vitória, acabou-se a história, mas… para a semana há mais.