quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Adeus e Até Já!

Passaram 10 anos sobre a primeira vez. Não que isso me traga alegrias ou alguma espécie de nostalgia, mas 10 anos depois voltei à casa de partida.

Faz amanhã 10 anos que o calvário começou, a primeira rotura do ligamento cruzado anterior atirava-me para a mesa de operações, terminando ou adiando sonhos e objectivos pessoais que me marcariam para sempre. Não tenho feitío para me deixar abater ou derrotar, mas o golpe foi duro e 10 anos depois tenho a certeza que a minha casmurrice, idiotice e teimosia me levaram a percorrer caminhos que nunca pensei sequer pisar, mas foram esses caminhos percorridos que me levaram a conhecer mundos e gentes. Simples desconhecidos, humildes conhecidos, “primos” e fiéis amigos com quem tive o prazer de privar e partilhar momentos únicos que jamais esquecerei.

Agora chegou novamente a hora de parar. Pensar e repensar onde cheguei, como cheguei e com quem cheguei. Uma nova rotura do ligamento cruzado anterior, irá novamente roubar-me 6 meses de vida, mas ao mesmo tempo dar-me-á novas vivências que também elas me marcarão para o futuro, que tal como da primeira vez, será conquistado dia após dia, exercício após exercício, passo a passo até ao que se espera ser mais uma recuperação com sucesso. Será a minha 3º cirurgia aos joelhos e esta marcará o fim de mais uma época feliz da minha vida, foi à uma década que começou com o apreender a caminhar, com 4 horas diárias de fisioterapia e terminou com milhares de horas de ténis nos pés e 7 maratonas corridas.

Ao chegar ao fim deste ciclo, só posso agradecer a todos aqueles que partilharam as suas palavras no corredor de domingo e estar eternamente grato por me terem feito sentir um privilegiado ao lerem os devaneios de mais um dos muitos elementos da blogoesfera corredora.

É difícil agradecer a todos um por um, mas não posso deixar de agradecer mais detalhadamente ao:

“Primo” Vitor Veloso – Pelos muitos km´s que corremos lado a lado e pelas muitas vitórias pessoais que juntos partilhámos em momentos únicos das nossas vidas.

Ao António Almeida e família – Pelos muitos km´s de amizade que partilhámos ao longo destes últimos anos.

Ao “padrinho” Fernando Andrade –Um ícone da corrida em Portugal, o meu padrinho da maratona e o homem por detrás da melhor prova que conheço - MMSJL.

Ao Luis Parro – Pela amizade, companheirismo e sã loucura que sempre me transmitiu.

Ao amigo Mário Lima – Um grande amigo, sempre com um enorme sorriso mesmo na mais dura das provas.

Ao grande Joaquim Adelino – Um“monstro” da corrida e um extraordinário exemplo da amizade e companheirismo.

Á Ana Pereira – Pela amizade e partilha de um espirito único que levou a muitos se tornarem maratonistas na cidade do Porto tal como eu me tornei.

Ao Fábio Pio Dias – Pelas fotos que hoje guardo com grande carinho por significarem grandes momentos da corrida.

Ao Xavier e Amélia – Elementos únicos de uma grande família corredora além fronteiras donos de um sentimento excepcional de amizade corredora.

Ao Pedro Ferreira – Pelos muitos km´s que corremos lado a lado, mesmo sem chegar a Boston cada passada foi uma aventura.

Ao Luis Carapeto – Por ter acreditado que era possível ser maratonista e por me ter deixado participar nesse seu longo objectivo.

Aos meus pais – Pelo tempo“desperdiçado” a apoiarem mais uma casmurrice com muitos km´s de corrida.

À Cátia, ao Tiago e à Matilde –Desculpem não ter estado sempre presente, os km´s percorridos roubaram-nos muito tempo, mas estiveram sempre comigo em cada passada percorrida, em cada meta alcançada. Sem vocês nada tinha sido tão especial como cada regresso a casa para vos abraçar e poder partilhar cada momento de conquista. Sem vocês este meu triste momento não teria um futuro tão sorridente.

Não é um adeus, é um até já um pouco mais longo do que estaria à espera.

Um grande abraço corredor.

 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Corrida Jumbo 2014

Inscrição

Não são só 10K, são 10K a queimar pneus!

terça-feira, 29 de abril de 2014

6ºEdição - Raid Atlético Vale Barris

Teoricamente quando se recomeça a prática desportiva depois de uma lesão, recomeçamos calma e pausadamente, aumentando gradualmente a intensidade, degrau a degrau.
Este fim de semana também voltei aos trilhos. Depois dos problemas na coluna, também comecei degrau a degrau, até ouvir alguém a dizer que em Vale Barris os degraus são perto de 700, para começar, claro.
Parece loucura, mas tinha saudades dos empenos do Raid Atlético de Vale Barris e este fim de semana estava na altura de regressar aos trilhos, aos empenos, às dores musculares e à adrenalina de correr na natureza. Abracei o desafio com o primo Veloso, pois apesar de estarmos em momentos bastante diferentes no nosso conceito de forma desportiva, podíamos fazer deste Raide um bom “treino”.
Sem grandes aventuras controlamos sempre bem o ritmo, eu a reboque o primo a puxar, mas em ritmo controlado, claro. Subiamos com confiança as dificuldades de todas aquelas barreiras quase intransponíveis e descíamos agarrados à loucura e à adrenalina de velocidades quase suicidas, a saltar entre buracos, pedras, paus e cascalho. Os trilhos são isso mesmo.
Em Vale Barris, sobes caminhos íngremes de deixar os músculos arder e depois chegas, chegas lá bem ao cimo daquele cume que parecia impossível alcançar, e cais redondo, não de dores ou cansaço, mas assoberbado pela vista que não tem fim. Respiras fundo, guardas mentalmente o momento e sabes que valeu a pena. Voltas a respirar fundo e sentes o teu interior gritar por mais.
 
 
Eu e o Primo Veloso no abastecimento surpresa.
 
Arrancas!Cheio de adrenalina, os olhos raiados de loucura por correr insanamente pela colina a baixo.
Quando nada te parece surpreender, molhas os pés. Não uma, não duas, mas muitas, muitas vezes. Saltas poças de lama, atravessas ribeiros, mas nada parece ser capaz de parar aquela loucura. Até o cansaço parece mais difícil de chegar.
No fim da odisseia. Com os músculos ainda inchados e doridos, a pele rasgada e arranhada pelos ramos das árvores e dos arbustos. Sentes a água a tirar-te o pó e alma do corpo, mas o arder de cada arranhadela faz-te sentir vivo, orgulhoso, completo. ´

Hoje mesmo ligeiramente dorido, só lamento que ainda faltem 364 dias para começar tudo de novo.

Aos amigos das Lebres do Sado, obrigado por mais estes momentos inesquecíveis de puro trail.

 Classificação Geral

25º Geral - FILIPE FIDALGO - Tempo\03H:18m:15s – Clube\C. A AMIGOS DO PARQUE DA PAZ