terça-feira, 29 de abril de 2014

6ºEdição - Raid Atlético Vale Barris

Teoricamente quando se recomeça a prática desportiva depois de uma lesão, recomeçamos calma e pausadamente, aumentando gradualmente a intensidade, degrau a degrau.
Este fim de semana também voltei aos trilhos. Depois dos problemas na coluna, também comecei degrau a degrau, até ouvir alguém a dizer que em Vale Barris os degraus são perto de 700, para começar, claro.
Parece loucura, mas tinha saudades dos empenos do Raid Atlético de Vale Barris e este fim de semana estava na altura de regressar aos trilhos, aos empenos, às dores musculares e à adrenalina de correr na natureza. Abracei o desafio com o primo Veloso, pois apesar de estarmos em momentos bastante diferentes no nosso conceito de forma desportiva, podíamos fazer deste Raide um bom “treino”.
Sem grandes aventuras controlamos sempre bem o ritmo, eu a reboque o primo a puxar, mas em ritmo controlado, claro. Subiamos com confiança as dificuldades de todas aquelas barreiras quase intransponíveis e descíamos agarrados à loucura e à adrenalina de velocidades quase suicidas, a saltar entre buracos, pedras, paus e cascalho. Os trilhos são isso mesmo.
Em Vale Barris, sobes caminhos íngremes de deixar os músculos arder e depois chegas, chegas lá bem ao cimo daquele cume que parecia impossível alcançar, e cais redondo, não de dores ou cansaço, mas assoberbado pela vista que não tem fim. Respiras fundo, guardas mentalmente o momento e sabes que valeu a pena. Voltas a respirar fundo e sentes o teu interior gritar por mais.
 
 
Eu e o Primo Veloso no abastecimento surpresa.
 
Arrancas!Cheio de adrenalina, os olhos raiados de loucura por correr insanamente pela colina a baixo.
Quando nada te parece surpreender, molhas os pés. Não uma, não duas, mas muitas, muitas vezes. Saltas poças de lama, atravessas ribeiros, mas nada parece ser capaz de parar aquela loucura. Até o cansaço parece mais difícil de chegar.
No fim da odisseia. Com os músculos ainda inchados e doridos, a pele rasgada e arranhada pelos ramos das árvores e dos arbustos. Sentes a água a tirar-te o pó e alma do corpo, mas o arder de cada arranhadela faz-te sentir vivo, orgulhoso, completo. ´

Hoje mesmo ligeiramente dorido, só lamento que ainda faltem 364 dias para começar tudo de novo.

Aos amigos das Lebres do Sado, obrigado por mais estes momentos inesquecíveis de puro trail.

 Classificação Geral

25º Geral - FILIPE FIDALGO - Tempo\03H:18m:15s – Clube\C. A AMIGOS DO PARQUE DA PAZ