segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Da Chegada à Partida!

Domingo foi dia de baptismo. Marcaram presença perto de 17 mil na festa, mas os Tandur é que apadrinharam um companheiro na sua primeira meia-maratona. Parabéns ao Alberto Coutinho pela estreia na distância e com uma marca de se lhe tirar o chapéu, 1H42m53s bem “chipados” nos ténis.

Alberto Coutinho e Eu ainda a frio

Eu e o Coutinho, chegámos cedo ao Parque das Nações com o objectivo de evitar a confusão e de o ajudar a preparar ao máximo a partida para a sua primeira meia-maratona. Às 9:10 já estávamos em cima do tabuleiro da ponte Vasco da Gama, a disfrutar de uma vista maravilhosa sobre o Tejo, sobre Lisboa e a Margem Sul. Como brinde tinhamos o vento bastante fresco que obrigava a um constante movimento para não congelar. Aos poucos os amarelos da Carris, tal como formigas no carreiro, iam chegando com atletas à zona de partida, empolgando o espírito festivo que já se fazia sentir nesta altura.
À espera do Tiro de Partida

Cedo encontrámos o meu grande amigo Mário Lima, dono de um espírito de fazer inveja, e de uma contagiante boa disposição. Corrida sem a presença do Mário Lima não é corrida. Começavam a chegar os companheiros da Blogosfera, o Carlos Coelho, a Ana Paula (foi um prazer conhecê-la pessoalmente), o Hamilton, o Fábio, e finalmente os “originais” TANDUR, Vitor Veloso e António Almeida. O sol já alto, o calor humano das amizades corredoras e a adrenalina de mais uma prova, aqueciam o ambiente outrora gélido. 10H30m e o tiro de partida era dado. Suponho eu, porque sinceramente não o ouvi, só vi a malta a correr. Esbocei um pequeno sorriso ao lembrar-me de uma corrida recente em que o Mário e o Vitor tinham passado pelo mesmo, tiro nem vê-lo ou ouvi-lo. Começava a Prova, eu e o Vitor tal como despertos pelo arranque, serpenteávamos pelo meio daquela confusão inicial de atletas que se aos 100metros já não correm como querem fazer 21k?! Primeiro km e avançámos rápido, saudámos o Fábio e a Analice, durante as velozes ultrapassagens. Ao terceiro quilometro, surpresa, primeiro abastecimento, eu e o Vitor olhámos desconfiados, mas não recusámos a oferta. Ao Km 5 continuávamos a rolar perto dos 4min, e o Vitor com mais bom senso que eu, abrandou o passo ficando um pouco sozinho. Sabia que para atingir o tempo que ambicionava tinha de continuar forte, e sendo assim lá fui, numa passada rápida palmilhando o alcatrão e sedento de km´s depois de uma semana sem treinos. Ao km 7 uma outra cara conhecida, o João Lourenço do CRCP. Umas semanas antes tinhamos feito lado a lado a maior parte da corrida do Avante. Trocamos umas breves saudações e sem grandes conversas lá fomos andando numa passada ritmada pelo impacto quase silencioso dos ténis na estrada. Correr estas provas junto ao Tejo, têm sempre um sabor especial para mim, pois cresci a ver o rio e é através dele que escrevo e guardo as minhas melhores corridas. Pouco depois de Santa Apolónia, o ambicionado retorno. Aquele ponto que nos transfere a mente para a chegada e o cavalgante coração nos catapulta o corpo até ao ambicionado cortar de mais uma meta. Era tempo de rever aqueles que tinham ficado um pouco para trás, olhá-los nos olhos e gritar-lhes pela força que os empurra para os restantes km´s. Pouco tempo após o retorno cruzava-me com o Vitor. Ia numa passada forte e com a ambição guerreira que o caracteriza espelhada no rosto. Gritámos Tandur bem alto para animar e lá fomos seguindo o destino. De seguida o estreante Coutinho, com um enorme sorriso e com uma enorme frescura para quem estava na primeira meia maratona. Um pouco mais atrás vinha o amigão Mário Lima, que ao gritar o meu nome bem alto me fez trocar a respiração certinha e controlada, por uma enorme gargalhada e um efusivo aceno. Eu e o João continuávamos lado a lado a derrubar km atrás de km, enquanto o pelotão em sentido contrário ia ficando reduzido. Subitamente, lembrei-me que não tinha visto o António Almeida, o maior deles todos e não o vira, num misto de preocupação e ânsia de chegar, obriguei-me a pensar que só tinha uma hipótese, simplesmente não o tinha visto, pois sei bem que um Tandur não desiste. Entre pensamentos e algumas trocas de breves palavras com o João Lourenço, estávamos a entrar no último Km e pelo relógio oficial a 1h e 35m estava a dois minutos de distância, quando me lembrei que o que contava era o Chip, gritei bem alto: Ainda dá! E desatei a correr como o Diabo foge da cruz, o João riu-se e seguiu-me as pisadas. Chegámos finalmente à palavra META com 1h36m33s. Apesar da boa prova que tinha feito senti que tinha falhado o meu objectivo por pouco, sentimento que ainda se tornaria ainda mais cruel com o chip a marcar 1h35m06s.
Os Tandur e o Estreante
(António Almeida, Filipe Fidalgo, Alberto Coutinho e Vitor Veloso)
Foi bom de ver chegar os amigos e no fim com eles festejar os objectivos conquistados num clima de euforia, onde por surpresa um homem do Norte, o triatleta Rui Pena, marcaria presença para com ele trocarmos um grande abraço.
Depois desta animada chegada, ficaria para mim marcada uma partida. A avó da minha esposa partiu hoje para uma nova corrida, esta sem retorno, mas certamente para um lugar que será sempre seu nos nossos corações.
Que os Anjos corram a seu lado Laurinda de Jesus, até sempre.

7 comentários:

  1. Olá Filipe
    sentidas condolências pela partida de D. Laurinda.
    Quanto à prova diria que estiveste ao nível a que já estamos habituados, alto, não esquecer que a prova teve bem mais que a distância da meia-maratona.
    Pois aquilo era tanto pessoal que não dava para ver todos, agora essa de ser o maior de todos não entendi (só se for em altura), certo estás quase disses que não desistiria, pelo menos nestes 8 últimos anos tal nuna aconteceu, já quando jovem a conversa fia mais fino.
    Muito bem esteve também o Alberto na estreia numa meia, grande imagem ver a alegria dele nios últimos metros, grande mesmo.
    Boa semana com noites descansadas.
    Abraço.

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  2. OLá Filipe, lamento a partida de D.Laurinda e também nós um dia correremos a seu lado.
    Parabéns pela excelente prova e pela marca conseguida, não é fácil fazer ali grandes tempos, atente-se nas horas de espera e depois a confusão da partida. Andei por lá a treinar, vi muitos amigos mas é prova que não me cativa, apesar da sua espectacularidade dificilmente participarei nela.
    Abraço.

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  3. Olá Filipe,

    Um dia triste, Os nossos sentimentos sabemos muito bem a dor que dá, passamos por essa tristeza há tão pouco tempo. Bjs forte para Cátia e para todos vocês.
    Que a D. Laurinda descanse em paz no reino de deus.

    Quanto a prova estiveste muito bem, és um tandur, ate na distraçao!! Quem me dera um dia correr assim como corres, seria muito bom, hhihihihih!!! És uma grande atleta e bom amigo.

    Forte abraço e bjs

    Bjs para pequena Matilde e para guardião Tiago.

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  4. Filipe

    Com tantos elogios à minha pessoa, quando um dia me vires sisudo, vais pensar que estou doente.

    :)

    É sempre bom ver-te e desfrutar uns bons tempos contigo e com os nossos companheiros, seja numa ponte, seja numa serra (um dia vais ter o teu baptismo num trail qualquer, ai isso vais).

    O Alberto foi uma surpresa pois ia com ele para impor um andamento que não fosse muito rápido pois era um caloiro na distância e quando dei por mim já ele onde ia, nunca mais o vi. Parabéns ao Alberto pela estreia e pelo tempo que fez.

    :)

    No retorno vi-te com uma "pedalada" fantástica e o que escrevi para o Vítor serve também para ti. Dentro de algum tempo farás o km em 4'.

    Agora tens aí uma princesa (duas) e um príncipe para cuidares.

    Voltaremos a encontrar-nos numa prova qualquer, até lá vai aquele abraço.

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  5. Filipe

    Era só para te dizer que a avó da tua esposa se juntou à minha Mãe e agora há mais uma Estrela no céu.

    Tudo de bom

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  6. Olá Filipe... Sinto muito pela perca.

    Os meus parabéns pela tua prova.

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  7. Grande Filipe!
    Antes de tudo, os meus mais sinceros sentimentos pela vossa perda...
    Obrigado a todos pelas palavras de incentivo! Foi uma estreia muito boa mas que devo, em parte às dicas do Filipe que foi uma espécie de treinador!!!
    Quanto ao Mário, quando chegámos ao primeiro abastecimento perdi-o de vista e estava na hora de aumentar o passo!! Mas depois vi-o no retorno, vinha ele em amena cavaqueira com um parceiro, os dois com um grande sorriso nos lábios!!
    Ao António: estava mesmo contente com a chegada à meta! Pelo tempo que ia fazer e porque as pernas já não davam para mais! Obrigado a todos, encontramo-nos pelas estradas desse Portugal!!
    Alberto.

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