Eu e o Vítor fizemos desta São Silvestre uma excepção à regra em todos os aspectos. Partimos de Cacilhas num dos velhinhos Cacilheiros, atravessando um Tejo, calmo e expectante na recepção a muitos corredores de domingo para mais uma São Silvestre. Como é diferente voltar a atravessar o Tejo, num baloiçar constante que nos aconchega tranquilamente entre Almada e Lisboa. Sentimos o rio, as suas histórias e as suas gentes, ao mesmo tempo que as colinas nos abraçam e acolhem naquela Lisboa, saudosa e apaixonante que muitas vezes esquecemos. Do Cais do Sodré à Praça do Comércio foi um pulo, mas depois de entrar naquela Praça Pombalina, saltamos de orgulho pela enorme e magnífica sala de visitas que acolheu todos aqueles que esqueceram o frio e vieram para a rua correr esta excelente prova.

Cedo encontrámos a Isabel e a pequena, mas já medalhada atleta, Vitória Almeida. Entre saudações e cumprimentos combinamos novo encontro já mais perto da hora de partida, e fomos conhecer os cantos à casa e procurar o bengaleiro, serviço gratuito disponibilizado pela organização que na minha opinião é uma verdadeira mais valia para qualquer prova. Pelo caminho, um grande abraço ao Carlos Cerqueira que estava com a corda toda para baixar dos 40min.. Mochila entregue e os atletas prontos de regresso à zona da partida, era tempo de juntar os Tandur para a foto da praxe e surpreender o António Almeida com ideia de fazermos a corrida sempre lado a lado. Tudo a postos e tiro de partida, para as senhoras, que os homens tinham de esperar mais um pouco. Agora sim, tiro de partida e lá partimos os três Tandur, lado a lado, para calcorrear as lindíssimas ruas de Lisboa, abrilhantadas pelas suas iluminações de Natal.
A primeira volta passou num ápice, a conversa animada marcava o ritmo da corrida de tal modo, que nem o abastecimento vimos. Entre gargalhadas ainda tivemos tempo para mais uma foto a três, tirada pela Isabel Almeida. Depois, a magnifica subida para o Marquês. A Avenida da Liberdade era um mar de atletas, cercados por uma moldura humana incansável e pelas excelentes decorações de natal que criavam um ambiente bastante sui generis para uma corrida nocturna. Chegados ao ponto mais alto da prova, era tempo de descer, de volta ao rio, agora num passo acelerado mas de olhos postos no lado contrário para cumprimentar os companheiros e amigos que ainda subiam a avenida. No meio da distracção, nem víamos o Fernando Andrade, que passava por nós num ritmo alucinante, era a vantagem de treinar nas Lampas que vinha ao de cima. Mas os Tandur não podiam deixar um amigo ir sozinho, gentilmente, fizemos uma guarda Tanduriana ao amigo Fernando até à meta para todos juntos lado a lado terminarmos a Magnifica São Silvestre de Lisboa 2010.

O Photo Finish!
Para engrandecer ainda mais a noite, depois de terminarmos todos juntos, sou surpreendido por uma simpática senhora, que de microfone na mão queria fazer uma entrevista a alguém da nossa equipa, pela excelente demonstração de amizade e companheirismo que tínhamos tido ao cortar a meta. Era mais uma oportunidade de elevar bem alto o nome TANDUR.
Terminada a prova e a nossa festa, era tempo de regressar ao aconchego da família, novamente de modo diferente, não de carro, mas de Metro e Fertagus que estava muito frio para ir de cacilheiro.
Depois de correr a São Silvestre de Lisboa, pela primeira vez, fiquei com a pequena, grande impressão, que para o ano voltarei. Voltarei com enorme prazer, para uma prova que me marcou pelas enormes excepções à regra em relação às corridas que por cá se fazem.