Quando conhecemos o nosso trilho, ou temos a certeza de qual o caminho que pretendemos percorrer, basta calçar os ténis e dar um nó na força de vontade. Creio que é esta a conclusão que se pode tirar da MEIA de São João das Lampas, na minha opinião a rainha das Meias Maratonas, pela sua dureza mas também pelos seus anos de existência.
É tudo a estrear! É o que posso apregoar deste fim-de-semana de estreias desportivas. Primeira vez da Meia das Lampas e primeira prova pela equipa TANDUR serviram de mote para mais uma meia maratona, no meu caso a 3º deste ano, depois da Meia da Ponte e da Meia da Areia. Antes de falar da prova, gostaria de agradecer ao Vitor Veloso e ao António Almeida não só o convite para incorporar a equipa TANDUR mas também por me fazerem sentir parte da sua maravilhosa família, ou melhor dizendo do seu “Staff Desportivo”, a todos eles o meu mais sincero agradecimento.
16H e “aterrávamos” nas Lampas, para recolher dorsais, saudar os “velhos” amigos, e cumprimentar “novos” companheiros. A minha primeira imagem ao chegar às Lampas, foi a de um verdadeiro arraial desportivo, com inúmeros atletas já no aquecimento, outros em amena cavaqueira, isto tudo com música e animação no espaço envolvente à partida. Espectáculo! Estes largos minutos antes da partida, é que fazem a família da blogosfera Corredora ser diferente, são momentos de uma simplicidade e simpatia envolvente que nos absorve e assoberba a alma. Foi óptimo reencontrar o Joaquim Adelino e o Mário Lima, que ao saberem da minha estreia na prova se desdobraram em dicas, ajudas e conselhos para que a estreia corresse da melhor forma. Foi um prazer conhecer pessoalmente a Susana Adelino, oito dias depois de ter conhecido o seu marido Daniel, a eles votos de muitas felicidades para a corrida de nove meses que agora percorrem. Feitos os cumprimentos e abraços, eis que a “treinadora” Isabel Almeida, anuncia a hora do aquecimento, estava na hora de preparar o início da corrida, parecia-mos estrelas, no meio de tantas fotos, tiradas pelas fotógrafas de renome Ruth Veloso e Isabel Almeida (“ex-treinadora”). As magníficas cheerleaders Vitória e Carolina apoiavam os papás afincadamente. Nem imaginam como são fantásticos estes momentos antes da partida. Tudo a postos e o nosso amigo e director da prova Fernando Andrade, dava o tiro para as famosas Rampas.

Eu e o Vitor logo cedo encontramos o nosso ritmo, e fomos deixando o António Almeida, com muita pena nossa, um pouco para trás. 1km em 4mins e estava concluída a volta de cortesia, a seguir era sair de São João das Lampas. Uma descida muito inclinada de aproximadamente 1km, era o aviso para o que iriamos encontrar durante a prova, um autêntico carrossel, de sobe e desce constante, com subidas longas e íngremes, muito íngremes, obrigando a alterações de ritmo constante. Até aos 5 km´s fomos andando e rebocando alguns atletas que teimosamente se mantinham atrás de nós, aproveitando o ritmo imposto e a barreira que íamos fazendo ao vento que soprava de frente com alguma intensidade. Depois do primeiro abastecimento a mais difícil das subidas obrigava a abrandar o ritmo para 5m35s\Km, mas esta dificuldade mostrou-nos que estávamos bem e no ritmo certo. Nas várias aldeias que passávamos a população saudava vivamente a corrida, brindando com alguns chuveiros à beira da estrada os atletas que prontamente agradeciam a generosidade.

Chegávamos aos 10km e nesta altura o Vitor parecia estar a passar um momento menos bom, mas o homem tem força que nunca mais acaba e depois da Bomba (leia-se Gel), estávamos de volta à luta, e aos reboques, pois já trazíamos mais 2 penduras. Perto dos treze, a passagem pela zona da chegada, trouxe a motivação e força necessárias, para uma grande parte final. No abastecimento dos 15 Km, traçamos a última estratégia, depois da última subida forçamos o ritmo, e assim foi. Aos 17 Km a última dificuldade deixava muitos atletas que circulavam à nossa frente, literalmente parados ou a andar, que curiosamente quando nos viam passar os dois num ritmo certinho e lado a lado, depressa se “colavam” à boleia. No fim da subida já iam alguns 6 lá atrás, todos contentes da vida. Aproveitando o ritmo forte que um atleta vindo de trás trazia, descolámos do grupo e nunca mais nos viram, pois até ao fim o ritmo foi forte, muito forte, baixando para uma média, por vezes abaixo dos 4m00s\Km. A chegada estava à vista e aquela recta da meta, magistral, com a foto de chegada a marcar 1h43m23s.

Em resumo a equipa TANDUR fez uma boa prova com o 24ºlugar por equipas em 37 contabilizadas. A Prova é Espectacular, a Organização do melhor que já vi. Ao amigo Fernando Andrade um grande abraço e muitos Parabéns pela Excelência da prova, que para o ano certamente será local de presença obrigatória. Uma nota de registo apenas aos apoios institucionais que na minha humilde opinião só ficam a perder ao não patrocinar esta magnífica prova feita por atletas para atletas, pois isso creio que diz tudo e faz toda a diferença.