terça-feira, 28 de dezembro de 2010

São Silvestre de Lisboa 2010

Escrevo. Apago. Volto a escrever. Volto a apagar. Não pensem que não sei o que escrever. A mente divaga pelas suaves recordações de mais uma prova. Desta vez, foi diferente. Não foi mais uma, nem a melhor de todas. Não foi “A Prova”, foi apenas e só aquela que corri no dia certo, na altura ideal com uma companhia fenomenal! Obrigado Tandur´s.



Eu e o Vítor fizemos desta São Silvestre uma excepção à regra em todos os aspectos. Partimos de Cacilhas num dos velhinhos Cacilheiros, atravessando um Tejo, calmo e expectante na recepção a muitos corredores de domingo para mais uma São Silvestre. Como é diferente voltar a atravessar o Tejo, num baloiçar constante que nos aconchega tranquilamente entre Almada e Lisboa. Sentimos o rio, as suas histórias e as suas gentes, ao mesmo tempo que as colinas nos abraçam e acolhem naquela Lisboa, saudosa e apaixonante que muitas vezes esquecemos. Do Cais do Sodré à Praça do Comércio foi um pulo, mas depois de entrar naquela Praça Pombalina, saltamos de orgulho pela enorme e magnífica sala de visitas que acolheu todos aqueles que esqueceram o frio e vieram para a rua correr esta excelente prova.


Os 3 Tandur

Cedo encontrámos a Isabel e a pequena, mas já medalhada atleta, Vitória Almeida. Entre saudações e cumprimentos combinamos novo encontro já mais perto da hora de partida, e fomos conhecer os cantos à casa e procurar o bengaleiro, serviço gratuito disponibilizado pela organização que na minha opinião é uma verdadeira mais valia para qualquer prova. Pelo caminho, um grande abraço ao Carlos Cerqueira que estava com a corda toda para baixar dos 40min.. Mochila entregue e os atletas prontos de regresso à zona da partida, era tempo de juntar os Tandur para a foto da praxe e surpreender o António Almeida com ideia de fazermos a corrida sempre lado a lado. Tudo a postos e tiro de partida, para as senhoras, que os homens tinham de esperar mais um pouco. Agora sim, tiro de partida e lá partimos os três Tandur, lado a lado, para calcorrear as lindíssimas ruas de Lisboa, abrilhantadas pelas suas iluminações de Natal.


A primeira volta passou num ápice, a conversa animada marcava o ritmo da corrida de tal modo, que nem o abastecimento vimos. Entre gargalhadas ainda tivemos tempo para mais uma foto a três, tirada pela Isabel Almeida. Depois, a magnifica subida para o Marquês. A Avenida da Liberdade era um mar de atletas, cercados por uma moldura humana incansável e pelas excelentes decorações de natal que criavam um ambiente bastante sui generis para uma corrida nocturna. Chegados ao ponto mais alto da prova, era tempo de descer, de volta ao rio, agora num passo acelerado mas de olhos postos no lado contrário para cumprimentar os companheiros e amigos que ainda subiam a avenida. No meio da distracção, nem víamos o Fernando Andrade, que passava por nós num ritmo alucinante, era a vantagem de treinar nas Lampas que vinha ao de cima. Mas os Tandur não podiam deixar um amigo ir sozinho, gentilmente, fizemos uma guarda Tanduriana ao amigo Fernando até à meta para todos juntos lado a lado terminarmos a Magnifica São Silvestre de Lisboa 2010.

O Photo Finish!


Para engrandecer ainda mais a noite, depois de terminarmos todos juntos, sou surpreendido por uma simpática senhora, que de microfone na mão queria fazer uma entrevista a alguém da nossa equipa, pela excelente demonstração de amizade e companheirismo que tínhamos tido ao cortar a meta. Era mais uma oportunidade de elevar bem alto o nome TANDUR.
Terminada a prova e a nossa festa, era tempo de regressar ao aconchego da família, novamente de modo diferente, não de carro, mas de Metro e Fertagus que estava muito frio para ir de cacilheiro.



Depois de correr a São Silvestre de Lisboa, pela primeira vez, fiquei com a pequena, grande impressão, que para o ano voltarei. Voltarei com enorme prazer, para uma prova que me marcou pelas enormes excepções à regra em relação às corridas que por cá se fazem.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Saudades do Alcatrão!

Depois de falhar a Maratona de Lisboa, devido a um enorme reboliço de incidências, a motivação começa a perder terreno para a preguiça. Duas semanas, sem calçar os ténis para correr, com 1h30 apenas de fitness training, o treino de hoje iria parecer longo, muito longo. ~

8H da matina, dois Tandur´s (eu e o Vítor Veloso), sincronizávamos os garrmin´s para um treino calmo de 2horas para matar a preguiça e desenferrujar os ténis.

Saímos da Cruz de Pau com um tempo gélido a caminho da Fonte da Telha, passada tranquila com muita conversa à mistura e poucos carros a estorvar. Ambos precisávamos de um treino ligeiro, para superar as duas últimas semana carregadas de situações anómalas. Os amigos são assim, correm lado a lado para se ajudarem nos momentos menos bons e comemorarem os momentos importantes.
O frio da manhã teimava, mas os tandur´s rolavam na mesma sem ligar ao tempo ou ao espaço. Apenas o mundo da corrida nos absorvia, por entre palavras de aventuras corredoras passadas mas não esquecidas. Foi assim que rolámos até perto dos 8km´s para o primeiro abastecimento no parque desportivo da Verdizela. Dali até à fonte da Telha foi um ápice, apenas perturbado por alguns cães irritados ou surpresos por verem aquelas duas almas a calcar o alcatrão humedecido pela cacimba nocturna. Foi meia volta e volver, de regresso pelas mesmas estradas anteriormente percorridas. A conversa mudava agora do passado recente para um futuro próximo, agendado aqui e ali mais uma corrida, mais uma prova ou simplesmente mais um treino. Aos 16km´s mais um abastecimento, novamente na Verdizela.
De volta até à Cruz de Pau, agora num ritmo mais rápido e forte, ignorando as primeiras dores musculares, esquecendo os treinos perdidos e a afugentando de vez a preguiça em busca daquela motivação que só a corrida nos transmite.

Bom treino, 24km em 1h53m, sem stress, deixando apenas rolar o alcatrão por baixo dos pés, e com um bom amigo e dois dedos de conversa por companhia.